Arte
Hoje podia dizer-te mais.
Podia dizer-te que não adianta fingir,
Porque não vou a parte alguma do mundo.
Fico aqui, assim,
No mesmo lugar onde me encontraste,
Na espera em que me deixaste.
Estou aqui,
A segurar tua mão,
A passar a minha pela tua testa,
A vigiar-te a sesta.
Amparo-te a queda,
Empolo-te a vitória.
Mas, daqui não parto.
Porque nada saberia fazer melhor
Do que amar-te.
Essa é a minha arte.
In “Assim, como as Cerejas…”