Sobre

O meu nome é Margarida, só Margarida de nome próprio.

Eva Ferreira, da mãe. Damião Ferreira, do pai. Desde pequena que me apresento assim. F. Lobo, de casada. Acrescentei depois. Sou filha de pais perfeitos na sua imperfeição. Tenho uma irmã e um irmão.


Nasci em Lisboa, no dia 8 de Dezembro de 1979, numa família materna mais do que numerosa e numa família paterna enxuta. Ambas bem musculadas nisto de criar alguém familiarmente saudável. Sou neta orgulhosa dos meus avós, de todos. Tenho neles a raíz de tudo: do que me corre nas veias, na alma, na vida.

Vivi dez anos em Moçambique.
Quando aterrei em Maputo para três semanas de férias, senti que o ar me pertencia e apropriei-me da terra africana por uma década inteira.


Com o António construí a minha maior fortaleza: quatro filhos. A Teresa, o António, a Luisa e a Leonor. Vivemos na Ajuda e somos bairristas. Conhecemos a vizinhança e fazemos parte dela. A maioria dos dias vivemos felizes.

Não encontrei até agora melhor combinação do que vinho, queijo e uma lareira.
Procuro mudar todos os dias um bocadinho. Dançar e rir fixam-me ao presente.
Acredito que, com calma, tudo se faz e que com alegria mais se conquista.


Tenho uma estrelinha protetora, que realiza todos os meus desejos. Os que me rodeiam podem testemunhar os seus mais extraordinários feitos. Está registada em meu nome, não vale a pena tentarem roubar. Um dia vou conhecê-la e agradecer-lhe pessoalmente.
É por isso que não tenho medo da morte.

Licenciei-me em Direito em 2002, no primeiro curso da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Quando terminei fui dissertar sobre Ciência Política e Relações Internacionais, tornei-me Mestre pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. A minha tese de mestrado foi orientada pelo Professor Ernâni Lopes, teve o título: “Turquia: Dentro ou Fora da União Europeia?” e ainda hoje me orgulho dela. A filosofia e a ciência política sempre foram das minhas leituras preferidas. Os grandes politólogos e as teorias clássicas fazem vibrar cordas que ecoam cá dentro.

Fiz uma Pós-graduação em Jornalismo Judiciário porque uma das minhas formas de viver estava presa à comunicação.

Exerci advocacia durante 7 anos, sempre na área do Direito Público, até que saltei para o mundo empresarial, onde comecei o meu percurso como Directora Jurídica, trabalhando menos a parte técnica e mais a parte de gestão de pessoas e recursos. Apliquei a comunicação à liderança de uma equipa e gostei.

Hoje sou Administradora duma empresa de construção de infraestruturas, lidero departamentos de áreas diferentes e vivo o pensamento estratégico da empresa, penso a motivação das pessoas, a forma de encaminhar propósitos e participo na construção da sociedade, o que me apaixona. Identifico-me com a empresa, vivo-a e gosto de depositar o exercício do meu cérebro neste organismo dinâmico.

Lembro-me de, aos 12 anos, encher os meus cadernos de poemas.
Escrevia para todas as pessoas, as que conhecia, as que julgava conhecer, as que queria conhecer e as que simplesmente não conhecia. Escrevia para pessoas.

Lembro-me de, no liceu, perguntar à minha professora de Português o que deveria ler nas férias para melhorar a minha escrita. Recomendou-me “Eurico, o Presbítero”, do Alexandre Herculano. Mais pesado não havia. Mas, a professora sabia. Não só li o livro todo, como nunca mais parei de ler.

Devorei livros anos a fio. E a partir de então escrevi, anos a fio. Escrevi tudo o que sentia, tudo o que pensava, tudo o que pensava sobre o que sentia e tudo o que sentia sobre o que pensava. Escrevi sobre o que vivi e vivi o que escrevi. Sempre soube que, lá bem no epicentro do meu corpo, está inscrita uma palavra.

Escrever enche-me os pulmões de ar, é oxigénio daquele que parece que tem cheiro a puro, que nos devolve a natureza às entranhas, para ser processada na ponta mais funda do umbigo e expirada com a delicadeza e musicalidade da poesia. A poesia é o mais bonito resumo de tudo o que vive, de tudo o que sente. O mais bonito sumo da vida.

Fui coautora do livro “Litígios e Legitimação, Estado e Sociedade Civil em S. Tomé e Príncipe”, publicado pela Almedina em 2002, mas estreei-me na vida literária como Autora com o livro infantil “A Pulga Salta-Pocinhas e os Grãos de Areia”, publicado pela Editora Presença, em 2004.
Seguiu-se “Assim, como as cerejas…”, o meu livro de poemas editado pela Papiro Editora, em Dezembro de 2008, e o “De Grãos, Uma Mão Cheia”, um livro de poesia que me estreou nas edições de autor, em Setembro de 2011.

Colaborei no semanário Expresso online em 2008 com a escrita de um artigo de ficção semanal no blogue “A Vida de Saltos Altos”. Assinei a coluna de ficção “De Capulana à Cintura” no semanário A Verdade, em Maputo, em Dezembro de 2008, e em 2009 o blogue “De Capulana em Capulana”, no Portal da TV Cabo de Moçambique, um relato semanal de uma viagem por Moçambique.
Frequentei vários cursos de Escrita Criativa, de Escrita de Viagens e mais recentemente de Escrita Sensorial.