Ramos
O regresso aos ramos,
Domingo de princípio,
De tudo o que se renova
Como a água em corpo
Que nela submerge, emerge e molha.
És como os ramos,
Tronco onde corre luz,
A Graça do Ser,
Onde vou beber a generosidade
Do que é e deve ser.
Meu início e meu fim,
O que nasce e permanece,
A vida que em mim corre
Quando sinto que me chamas.
Avô,
Que me acordas da realidade
Que segue indiferente, paralela
Ao caminho que é direito, é função,
Que é mais que sonho, vocação.
És em mim a pura natureza,
À qual volto, sempre que me despertas,
Porque renasces a luz em que vive o espírito,
Porque calas os medos e os erros,
Chamas a força, o ar da alma. E nele respiro.
Inspiro o recomeço na tua força
E na serena luta diária, sábia, não esmoreço.
Porque és exemplo de vida
Que no fim cumpre o seu começo.